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Por que o Instagram tirou os likes?

A partir do dia 17 de julho de 2019 o Instagram começou a testar no Brasil o ocultamento dos likes nas publicações, essa não é uma decisão nova da plataforma, que desde maio estava realizando testes no Canadá. Em nota oficial fica evidente a preocupação do Instagram com a responsabilidade socio-cultural da rede, que possui mais de 1 bilhão de usuários mensais.


"Iniciamos esse teste porque queremos que os seguidores se concentrem mais nas fotos e vídeos que são compartilhados, do que na quantidade de curtidas que recebem. Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias".


Uma pesquisa de 2017, da Royal Society for Public Health, do Reino Unido, identificou que o Instagram é a rede social mais tóxica, principalmente para os jovens, que são os principais usuários da plataforma. A pesquisa evidencia como o público mais novo pode ter o seu psicológico alterado devido a sua formação intelectual ainda estar em desenvolvimento, o que provoca riscos à saúde mental devido a necessidade de aprovação e de fazer parte de algo importante, o que é conhecido como síndrome de FoMo. “É um excesso de pressão social, numa estética do que alguns teóricos chamam de felicidade tóxica ou imperativo da felicidade. No seu extremo, ela passa a ser prejudicial à saúde emocional das pessoas, gerando mal-estar, baixa autoestima e desconforto”, explica Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor da SaferNet.



Em seu Livro “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais” o escritor Janon Lanier, faz uma colocação super interessante de como as redes sociais são capazes de alterar nossa forma de viver, podendo ser comparada a uma droga. No livro ele compara os seres humanos a cachorros, que são estimulados a fazerem determinadas tarefas em troca de benefícios, como biscoito ou carinho, e a mente humana, nas redes sociais começou a agir da mesma forma, os likes, comentários e compartilhamentos se tornaram “biscoitos” que nos movem a nos tornar algo que não somos, e quanto mais temos esses estímulos, mais vidrados ficamos por ele, pois o nosso cérebro libera pequenas quantidades de serotonina que nos satisfaz quando conseguimos muitos likes, essas pequenas doses de hormônios se tornam necessidades vitais, a mesma lógica de pessoas viciada em drogas.


Mas voltando a questão do fim dos likes, isso pode gerar uma série de consequências para os usuários, influencers, empresas e também para o próprio Instagram e seus acionistas. Mas, todos esses impactos estão sendo testados e analisados pela plataforma, os testes em outros países, como no Canadá, revelaram resultados muito positivos e a empresa irá analisar cada país individualmente para averiguar se o teste permanecerá definitivamente ou não.




Um dos pontos que sofrerá mais impacto são os influencers, basta pensar em Kim Kardashian, uma das maiores influencers do mundo que cobra cerca de um milhão de dólares por um único post para os seus 144 milhões de seguidores. O mercado de influenciadores pode movimentar até 2,3 bilhões de dólares em 2019, o que é maior do que o PIB de muitos países. Essa mudança evidencia a preocupação da plataforma de gerar influencers com conteúdos mais relevantes para o público, forçando também empresas a abolirem a compra de seguidores e curtidas, fazendo com que elas foquem em métricas que realmente são importantes na plataforma, como: comentários, compartilhamentos, envios de direct e o salvamento de conteúdos, pois os “likes” sozinhos são métricas de vaidade.


Essa também pode ser uma tentativa da plataforma de amenizar a diminuição do alcance orgânico que o Instagram está sofrendo, fato que já vimos acontecer no Facebook, e que é consequência de uma série de fatores como: mais usuários, mais anúncios, mais conteúdos sendo compartilhados, constantes mudanças nos algoritmos e o combate as automações fraudulentas.

Resta agora para os usuários da plataforma se acostumarem com a nova mudança e às empresas se adaptarem com essa nova funcionalidade. E você, o que achou da mudança? Deixe seu comentário!

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